União estável, filhos de casamentos anteriores e herança: como fica a partilha?
- Robert Silva Advocacia
- 2 de out.
- 2 min de leitura

As famílias mudaram — e o Direito precisa acompanhar essa realidade. Hoje, é comum encontrar pessoas em união estável, com filhos de relacionamentos anteriores, bens adquiridos em diferentes fases da vida e vínculos afetivos que não seguem o modelo tradicional. Mas quando o assunto é herança, essas configurações podem gerar dúvidas — e, muitas vezes, conflitos.
Afinal, como é feita a partilha dos bens quando há companheiro (a) e filhos de casamentos anteriores envolvidos? Quem tem direito à herança?
Segundo o Código Civil, na ausência de testamento, os bens do falecido são divididos entre os herdeiros necessários, que são os filhos, o cônjuge ou companheiro, e eventualmente os pais. No caso da união estável, reconhecida legalmente, o companheiro ou companheira tem direito à herança — mas isso depende de vários fatores, como o regime de bens, o tipo de patrimônio e se há ou não filhos do falecido fora daquela relação.
União estável e filhos anteriores: o que diz a lei
Se a pessoa falecida vivia em união estável e tinha filhos de outro relacionamento, a partilha geralmente funciona assim:
O companheiro sobrevivente concorre com os filhos na herança dos bens adquiridos durante a união estável.
Os filhos terão direito sobre todos os bens deixados, inclusive os anteriores à união, salvo se houver pacto ou documento que estabeleça separação de bens.
Já os bens particulares do falecido (ou seja, aqueles adquiridos antes da união) são herdados apenas pelos filhos, salvo previsão expressa em testamento.
Em muitos casos, o companheiro tem direito à meação, ou seja, à metade dos bens adquiridos em comum. Essa parte não entra na herança, pois já pertence a ele. O que se partilha é a outra metade, que será dividida entre os herdeiros.
Conflito frequente: o companheiro sem documento
Se a união estável não foi formalizada em cartório ou não há provas suficientes, os filhos podem contestar a existência da relação — o que leva o companheiro (a) a enfrentar um processo para comprovar o vínculo. Nesses casos, a disputa judicial pode ser longa e desgastante.
Como evitar conflitos?
A resposta está no planejamento sucessório. Com documentos como testamento, contrato de união estável ou até doações em vida, é possível garantir que a partilha ocorra de forma tranquila, evitando incertezas e brigas familiares.
Famílias modernas, soluções jurídicas
A diversidade familiar exige soluções jurídicas claras, seguras e personalizadas. Procurar orientação especializada antes do problema surgir é sempre o melhor caminho para proteger o patrimônio e preservar os vínculos afetivos.
Se você vive em união estável, tem filhos de outras relações ou deseja organizar sua sucessão, converse com um advogado. O direito de família não é feito apenas para resolver conflitos — é feito para evitá-los.




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